“… a internet pode vir a ser o mais eficaz instrumento para essa inevitável sucessão do regime de representação democrática.” Cacá Diegues.
Mais um vez, insisto: o sistema de representação chamado de “democrático” está falido. Representantes não respondem aos seus representados e sim a seus próprios interesses e aos dos que os financiam.
Tratei disto em diversos posts, relacionados no tópico Democracia direta em especial um escrito por Elimar Nascimento: A democracia sobreviverá ao século 21?.
Curiosamente, o que me traz de volta foi um recente, oportuno e interessante artigo de Cacá Diegues “A nuvem sabe das coisas”. Em essência, ele considera a possibilidade da internet vir a ser o instrumento para resolver este problema crucial.
Curioso, porque num dos posts anteriores sobre o assunto fiz um forte crítica a um outro artigo escrito por ele por confundir democracia direta com ditadura.
Transcrevo a seguir trechos do artigo mais recente:
“ … a internet pode vir a ser o mais eficaz instrumento para essa inevitável sucessão do regime de representação democrática.
Primeiro veio a luz, depois o que ela iluminava: assim como a invenção da imprensa alfabetizou a Europa e permitiu as mudanças sociais e políticas que viriam a seguir no continente, também a internet pode ir além de seu espaço de informação e lazer para se tornar fator de encontro em torno de uma nova sociedade e de uma nova forma de poder democrático que a represente. Um novo jeito de pensar e agir sobre si mesmo e o mundo, em permanente e orgânica assembleia de todos.
Quando um sistema começa a emperrar, insistir nele é arriscar-se a pervertê-lo. É preciso reproduzir as qualidades da democracia numa nova forma de ação concreta que a preserve e a faça avançar. Sempre foi assim, da democracia grega à Magna Carta inglesa, das revoluções Americana e Francesa às constituições modernas.
… Trata-se de construir, através da internet, uma outra nuvem, uma nuvem política que nos ajude a nos informar e a nos movimentar sem violência, numa permanente assembleia virtual, onde é o Estado que depende da sociedade, e não a sociedade do Estado. Uma nova e sábia nuvem capaz de melhorar o mundo que não está lá mesmo grande coisa.”
Será que esta possibilidade é real?
Do ponto de vista técnico, até que é. A internet tem tudo para se tornar o veículo de decisões diretas impostas aos representantes da democracia representativa e cujo papel perderia muito da força e liberdade de ação que hoje detêm.
Ocorre que em três tempos a base do sistema econômico atual estaria destruída. Ou seja, seria a mudança através da reforma de uma instância das mais retrógradas.
Evidentemente que o uso da internet para a ação política é a forma mais eficaz de mobilização e capaz de fazer frente a repressão cada vez mais forte e eficaz do estado.
Entretanto, daí a achar que ela possa ser incorporada ao sistema de representação, contra ele, vai uma longa distância.
Ocorrida a ruptura, temos, aí sim, um outro cenário que permite a reforma do mecanismo de decisão, combinando a decisão direta com a representação. E assim, evitando o assembleísmo, a manipulação das decisões e o esvaziamento das consultas pelo excesso de propostas submetidas à sociedade.
23 de julho de 2015 às 14:59 pm
Tenho muito repeito por vc como cidadão eesforçado por buscar consientizar as pessoas, mas como pode ver fragilidades em nossa democracia se vc não exercita ela?. Vejamos, o partido que vc defende e eu defendia, hoje é um coviu de ladrão do bem público, unido a aos ladrões do público e privado. E democraticamente nós estamos repudiando este partido e governo, em quanto muitos de vcs continuam admitindo este antro, ridicularmente buscando por a culpa nos que roubarão antes do pt/lula e dilma. Aprenda que é dever seu, meu e nosso eliminar os maus feitos (nome por dilma, mudado para não chamar seus colegas de ladrão) e buscar a correção e melhora da nação, condenando e dizendo não para os nossos quando pego fora do bem comum. aprenda.
23 de julho de 2015 às 19:07 pm
Não sei de onde você tirou a ideia de que eu defendo um partido político. Ao contrário, os partidos são parte da falida democracia representativa. Aliás, convém lembrar que democracia e representação não convivem muito bem.